terça-feira, 27 de julho de 2010

Votar em cima da hora

Ainda são muitos, demais os brasileiros que só decidem em quem votar um ou dois dias antes das eleições. E não esqueçamos os que decidem somente na hora de apertar o botão. Por que tanta displicência, quando todos sabem que é melhor viver numa democracia do que numa ditadura?

Os estudiosos apontam dezenas de razões. A principal delas é a falta de consciência política. Há quem afirme que a falta de escolarização é um forte componente, mas milhões que estudaram fazem o mesmo. Então não é apenas a falta de escola. Há uma coisa pior do que a falta de escola - a falta de escolha, ditada pela falta de consciência cívica e social.

Decidir na última hora, quase sempre é não ouvir, não comparar, não conhecer o programa do Partido, nem o do candidato. Soa mais ou menos como ir à farmácia e, sem ter ouvido o médico, ir pelo palpite do balconista que lhe empurra um remédio, só porque até gente famosa o compra ou da vizinha que uma vez tomou e se deu bem. Pior ainda é, tendo finalmente a chance de escolher o melhor piloto do avião, que vai nos levar quatro longos anos por ventos perigosos e contrários, dizer que não adianta escolher, porque a gente não tem como saber quem é e que não é competente.

Por mais chatos que sejam os debates (mas não são), por mais incômodo que seja o horário político, ele acaba revelando coisas que jamais perceberíamos, sem ver e ouvir os candidatos. Só vou saber qual é o fruto mais maduro se escolher pessoalmente e até se preciso, visitar o pomar. Só vou saber se vale à pena arriscar naquele jockey, se assistir às suas corridas e conhecer o cavalo que ele cavalga. Dormir na poltrona e depois recorrer ao "minha mãe mandou bater neste daqui"... é que não resolve. Até as crianças pararam de fazer este jogo. Era infantil demais...

Fonte: Site oficial do Pe. Zezinho, scj

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